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Música Poesia e Inspiração

Não me venha ensinar a voar;deixa-me aprender o bater das asas!

A ratoeira na casa e O camundongo assustado.

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A ratoeira na casa e o camundongo assustado


Certa vez um camundongo, olhando pelo buraco na parede, viu o fazendeiro e a esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir que era uma ratoeira, ficou aterrorizado. Correu ao pátio da grande fazenda e arfando de medo passou horas advertindo a todos os moradores daquele lugar.Com os olhos esbugalhados cercou a galinha que era a rainha do quintal e gritou:
 

— Dona Galinha! Dona Galinha! Há uma ratoeira na casa.— E mais uma vez exclamou:— Há uma ratoeira na casa!

A galinha entendendo que ratoeiras são armadilhas apenas para os ratos, encheu os pulmões de ar, estufou o peito e exibindo sua importância respondeu com ar de superioridade:

— Desculpe-me senhor Ratinho, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda; ratoeiras são armadilhas apenas para os ratos.

Diante de tal esclarecimento o pobre rato deixou cair o semblante e, ficou ainda mais assustado, mas mesmo assim não desistiu de procurar qualquer outro aliado que pudesse ajudá-lo a se proteger de tamanha ameaça.

Olhou a sua volta e viu o porco que devorava restos de comida com um apetite incomum, correu até ele e com a voz trêmula de tanto pavor quase lhe suplicou:

— Hei! Dom Porco! Dom Porco!— E procurando um jeito convincente de avisar continuou:— Há uma ratoeira na casa!—E apontou para o casarão. 
 
O porco parou de comer por um instante e com muita ironia exclamou:

— Éééééé? Uma ratoeira?

O pobre rato se animou e com humildade confirmou; mas o porco tão interessado que estava pela comida, voltou-se para ela não dando mais atenção para o pequeno camundongo e entre uma mastigada e outra apenas argumentou:

— Desculpe-me senhor Rato, mas não há nada que eu possa fazer pelo senhor. A não ser rezar.

Deu uma tapinha nas costas do “amigo” e concluiu:— Fique tranquilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.—E continuou comendo. 
 
Diante te tanto desdém o pobre ratinho deixou os olhos se encherem d’água e saiu cabisbaixo perambulando porém, cheio de esperanças de encontrar alguém que pudesse lhe ouvir ou aconselhar se dirigiu a dona Vaca que estava toda vaidosa no pasto a tomar sol e sem mais paciência encheu-se de coragem e gritou de uma vez só:

— Senhora Vaca! Senhora Vaca! Eu descobri há uma ratoeira na casa.— E novamente apontou para o casarão. 
 
A vaca tão grande olhou para o pobre rato tão pequenino e caiu na gargalhada. Riu-se por minutos intensamente enquanto o ratinho com os olhos lacrimejando de medo engolia tamanha decepção. Depois de tanto se divertir com o medo do pobre ratinho ela esboçou aquele ar de grandeza e respondeu:

— O quê senhor Rato? Uma ratoeira? Acha que estou em perigo?— E saiu rebolando pasto afora.

O ratinho ficou confuso e sem graça diante de tanto desprezo e da pergunta que ela mesma de longe respondeu:

— Acho que não. E concluiu a humilhação:— Acha que com todo o meu tamanho posso ser pega por uma minúscula ratoeira?— E se afastou a passos largos balançando o traseiro gordo. 
 
Cansado de tanto ser desdenhado e passar por tantas humilhações o pequeno camundongo então voltou triste e cabisbaixo para casa pronto para encarar a ratoeira. 

Porém numa bela noite em que tudo parecia tão tranquilo naquela fazenda ouviu-se um barulho como de uma ratoeira pegando uma vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia caído naquela armadilha. No escuro, ela não vira que uma cobra atônita se debatia, pois, sua cauda estava presa na ratoeira e no auge de seu desespero a cobra picou a mulher.

O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Lá o médico aplicou o soro, mas exigiu que a mulher seguisse uma dieta alimentar.Assim que chegou em casa,o fazendeiro pegou o seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal da canja de galinha que serviria a sua esposa.

Muitos vizinhos e amigos foram visitar a mulher enquanto ela estava em repouso e, para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco e deu de comer a todos. Quando finalmente a mulher melhorou, o fazendeiro resolveu fazer um churrasco e, para alimentar a todos os convidados, matou a vaca e fez uma grande festa enquanto o camundongo assistia a tudo pelas frestas do seu esconderijo.
 

 



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